Minha muito querida, Gizela.
Hoje somos uma só: como a terra é para a lavra e para a mão do homem, os sussurros são a alma das nossas estórias.
Desde pequenas, o sonho foi a força que nos fez caminhar.
Alcançámos tanto, minha querida. Lutámos tanto. Inventámos horizontes.
Escavámos passagens em campos desconhecidos.
Percorremos caminhos longos, por vezes bifurcados.
Quantas vezes desistimos?
As necessárias para retomar a caminhada.
Desminámos terrenos. Será tarde?
Não creio.
Nos últimos anos mergulhámos num redemoinho de aprendizados.
Li algures, «O passado e o futuro são uma espiral, um rolo que contém o próximo passo, e prevê o seu tema».
E assim foi: estudámos; realizámos formações certificadas; fizemos mentorias; participámos em concursos; clubes; laboratórios, criatórios, retiros literários, coletâneas de contos de crianças e adultos; prefaciámos o primeiro livro, assinámos os primeiros autógrafos da nossa vida; encontrámos pessoas com o desejo comum, na nossa terra-mãe e em outros países; aprendemos a elaborar resenhas e a organizarmo-nos na escrita como nunca entendemos ser possível.
Por fim, conseguimos visualizar a imagem do nosso fado.
E aqui estamos nós, prontinhas para o próximo passo.
Perseverámos…
Eu e tu, minha alma: a outra, aprisionada em mim aguardando o voo.
Tudo o que quisemos foi persistir, aprender, ser acarinhadas e ouvir alguém a sussurrar-nos, tudo vai dar certo.
Vamos conseguir, Gizela?
Tenho a certeza que sim.
SOBRE MIM
Gizela de Brito
A Sussurradora d'Estórias
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